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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Lembro-me de você




















Mulher Com Criança no Colo by Van Gogh

Escrevi este poema em homenagem à minha avó materna, um dia após a sua morte.

Vejo o jardim
E lembro-me de você
Colhendo flores,
Semeando frutos,
Contando histórias,
Decifrando parábolas.

Vejo o quintal
E lembro-me de você
Driblando o mal,
Adotando o espiritual,
Prevendo algo fatal...
- Com coragem sem igual.

Vejo o quarto
Paredes santas,
Imagens diversas,
Coisas dispersas,
Uma rede, um terço
- Sem nenhum adereço.

Vejo o dormitório
E penso: você jaz aí,
Na terra, entre flores
E decompositores.

Reflito: Qual é o sentido da vida?
Infelizmente, minha imaturidade
Ainda é incapaz de responder.

Só tenho certeza de uma coisa:
É impossível me esquecer de você.

Copyright © Josselene Marques

5 comentários:

Anônimo disse...

Nós humanos e nossas dúvidas, principalmente, quando estas são causados pelos nossos entes queridos. Não fica fácil absorver que, no final, todos iremos para o mesmo lugar por mais que sejamos diferentes uns dos outros. Acredito que a diferença exista, mas se caracteriza, especialmente, pelo grau de compreensão espiritual, consciência lógica, aprofundamento filosófico, etc. Vejo, porém, que no seu caso, a veia poética traduz o sentimento de perda e explora, sem se deter no conhecimento, as dúvidas com relação ao mistério da vida. Cada dia mais eu me torno fã de suas reflexões. E não importa: menina ou adulta, seu estilo é especial.
Beijos!

Anônimo disse...

Realmente, Mainha era uma pessoa especial, inesquecível!

Eu acho que nem toda a maturidade possível é capaz de explicar o sentido da vida. Eu me faço esta pergunta diariamente...

Anônimo disse...

Maninha, teu blog está recheado hein ?!
Passei uns dias sem poder ver, e agora tomei um susto com tanto conteúdo!

PA-RA-BÉNS!

Eu tenho muito orgulho de ter uma irmã ASSIM!...

P.S.: Precisamos conversar sobre o primeiro poema; eu não tinha conhecimento ...

Anônimo disse...

Obrigada aos dois pela visita e pelo carinho dos comentários.

Voltem sempre!

Anônimo disse...

Muita lindo esse poema...
Bjos
JUllyet