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domingo, 3 de outubro de 2010

Devaneio

Casal na praia
Imagem do Google

Noite cerrada. Calmaria...
Um mar de poucas ondas
Confunde-se com a escuridão.
Dou livre curso aos sentimentos...
Solitária, consigno ao vento:
Em vão, esperei meu amor horas a fio...
Indiferente, ele dissipa o meu lamento.
Entre soluços, reproduzo versos
De uma canção plangente.
Lágrimas incontidas misturam-se
À chuva fina e gelada.
Pensamentos descalços me recordam
Teu olhar inerte em uma fotografia...
Apercebo-me da incapacidade
De te apagar do meu ser.
Aturdida, esbarro em mim...
Já não sei onde tu começas e eu termino.
Tento reagir, afogando a tristeza...
Vejo-a sumir nas profundezas
Da imensa massa de água salgada...
Inesperadamente, sinto o teu perfume.
Estás diante de mim. Teus olhos me abraçam
E, habilmente, decifram o meu enigma.
A primavera nasce em meu olhar...
Mergulhamos nas águas de nós dois,
Preenchemos o vazio dos sonhos.
À nossa frente, vislumbramos
Um amanhã despido do ontem.
Finalmente, a alegria habita em nós.
Copyright © Josselene Marques
Todos os direitos reservados


2 comentários:

Anônimo disse...

Menina,

Que texto mais lindo!

Estou maravilhado com o seu português, com a riqueza das figuras que você cria, com o sentimento tão elegantemente expresso. Quanta inteligência e cultura você tem. Você parece saída do passado, pois raramente encontramos alguém assim (com tantos predicados ao mesmo tempo) nos dias de hoje.

A sua imagem na minha mente está ficando cada vez mais bonita e eu me surpreendo a cada visita.

Beijos

Raimundo Caldas
(Caruaru-PE)

Anônimo disse...

Um texto perfeito, Josselene. Ler com os olhos da alma, e enxergar nas entrelinhas, as imagens de uma linda canção de amor. Tudo em um só poema.
Abraço,s
Raí