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terça-feira, 3 de março de 2009

03.03.09 - Ser

Imagem: WEB

Carlos Drummond de Andrade é um dos meus poetas preferidos porque, além de me encantar com sua poesia, me identifico com a maioria de seus ideais.
Mineiro de Itabira, nasceu em 31 de outubro de 1902 e morreu na capital carioca, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.
Poeta, cronista, contista e tradutor brasileiro. Sua profícua obra traduz a visão de um individualista comprometido com a realidade social.

O poema, abaixo, é um dos meus favoritos. Nele percebemos uma espécie de lamento ou frustração do poeta por não haver sido agraciado com um filho homem.

O filho que não fiz
hoje seria homem.
Ele corre na brisa,
sem carne, sem nome.

As vezes o encontro
num encontro de nuvem.
Apoia em meu ombro
seu ombro nenhum.

Interrogo meu filho,
objeto de ar:
que gruta ou concha
quedas abstrato?
Lá onde eu jazia,
responde-me o hálito,
não me percebeste,
contudo chamava-te
como ainda te chamo
(além do amor)
onde nada, tudo
aspira a criar-se.

O filho que não fiz
faz-se por si mesmo.

3 comentários:

Gilbamar disse...

Oi amiga Selene! Vim agradecer suas gentis palavras a respeito da tradução do meu soneto e pedir desculpas por não visitar sempre este espaço virtual como eu gostaria. Porque gosto muito do seu blog e do inteligente conteúdo que você posta. Como esse sobre o grande poeta Carlos Drummond.


Estive(como ainda estou)bastante ocupado com a publicação do meu livro sobre Lampião(que pretendo lançar em Mossoró em breve, se Deus quiser)e isso tem-me tomado muito tempo.

É sempre um prazer para mim ler seu trabalho virtual, pode ter absoluta certeza.

Fraterno abraço do amigo Gilbamar.

Anônimo disse...

O poeta diante do lamento. Até nele os versos chorados se tornam melodias
Beijos!

Anônimo disse...

Menina, não se afaste muito, posso acostumar-me sem sua presença... então seremos dois a chorar a perda e a solidão