Conteúdo do blog

Conteúdo do blog

domingo, 14 de agosto de 2011

QUIMERA DE AMOR

Google Images



Numa noite enluarada e repleta de estrelas, a saudade apertou e motivou aquela jovem a sair à busca de seu amor. Estava triste e solitária. Uma artimanha do destino o afastara dela, mas não se conformara. Ela o queria de volta de qualquer jeito. Procurou-o em todos os lugares possíveis: seguiu por várias estradas, que ambos conheciam, mas não o encontrou. Depois de muito andar – exausta, parou por um instante e pôs-se a devanear. O perfume delicado de flores vermelhas, que ornamentavam o seu caminho, devolveu-lhe a serenidade e a fez substituir a vestidura gris da natureza – que ela particularmente enxergava – por um colorido sólido. Nesse enlevo, de súbito, uma sensação tomou conta de seu íntimo: deu-se conta da presença dele. Viajara, instantaneamente, ao seu interior. Ora podia percebê-lo em seu peito, pelo pulsar acelerado do coração, ora pela chegada de flashbacks que invadiam os seus pensamentos. Concluiu que ele nunca se fora por completo. Sempre estivera abrigado ali – tão perto... Perdeu a noção do tempo. Estava absorta numa espécie de transe induzido. Mais horas se passaram e o dia amanheceu. Sua semi-consciência a alertava de ela precisava voltar para a vida real. Contudo, não conseguiu. A jovem apaixonada não queria mais sair dali e decidiu renunciar a todo o resto. Escolheu ficar para sempre naquela dimensão do existir – seu amor era a sua única referência – pois quando o reencontrou perdeu-se de si mesma. Para ser feliz, só havia uma maneira: render-se aos caprichos da imaginação. Assim, fez do mundo dos sonhos a sua nova morada.
Copyright 2011© Josselene Marques
Todos os direitos reservados

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo devanear! A personagem jamais poderia deixar de amar a quem só lhe fazia bem. E, todas as vezes que nos achamos nos caminhos do amor, acabamos por nos perdermos nas artimanhas do destino.
Abraço,s
Raí