Annabel Lee – musa do poema de Edgar Allan Poe
O ENCONTRO
© Josselene Marques
Milla abriu a cortina da
noite. Acendeu as estrelas e a Lua. Estendeu um tapete de areias coloridas
margeado por águas límpidas que, movidas pelo vento, produziam uma relaxante
melodia. Retornou ao seu abrigo. Em seguida, preparou uma bela mesa com maná e
néctares. Logo depois, tomou um demorado banho, hidratou a pele e se vestiu de
mar. Nos pés, um par de peças escuras que completavam sua elegância. Realçou o
contorno dos olhos. Pintou os lábios de púrpura. O corpo vigoroso espargia
gerânio pelo ar. A alma estava leve, mas o coração batia num compasso
apressado. O esperado não tardaria.
Posicionou-se à janela. Ficou
a contemplar aquele cenário tão cuidadosamente preparado. De súbito, deu-se uma
comunicação extrassensorial, a uma curta distância. Quem ela aguardava estava
se aproximando... Ainda não podia vê-lo, mas sentia sua energia, transmutada em
mensagem: “Estou chegando, amor”. Alguns minutos se passaram. Eis que ela o vê
atravessar o tapete multicolor. Quando seus olhares se cruzaram, o tempo
reduziu sua marcha até parar, por completo, no exato momento em que ele venceu
os últimos centímetros que o separavam de sua amada. E foi nesse encontro que
ambos se viram recompensados pelo período de separação que lhes fora imposto
pelo destino. Felizes, eles se perderam num longo abraço que os transportou ao
mundo dos sonhos, no qual passaram a viver.
2 comentários:
Isso é chamado Justiça, cara amiga.
Parabéns.
Um lindo conto. Uma prosa feito poesia, onde cada linha são versos programados para enaltecer um grande encontro de amor. A sua narrativa está maravilhosa. Gostei.
Abraço,s
Raí
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